Os servidores do IFRN participaram na última sexta-feira (09/12), no Auditório do Campus Natal-Central, da palestra “A precarização do trabalho na contrarrevolução de Temer”, com o sociólogo Ricardo Antunes e participação da senadora Fátima Bezerra. O evento, que contou com o apoio do SINASEFE Seção Natal, foi promovido pelo Programa de Pós-graduação em Educação Profissional (PPGEP) do IFRN e fez parte da agenda de atividades da greve no Instituto.
Ricardo Antunes iniciou sua palestra falando sobre o momento político atual brasileiro relacionado à questão do trabalho. “Temos uma população com cerca de 100 milhões de pessoas economicamente ativa, temos um desemprego oficial de 12 milhões, temos um subemprego de mais 12 milhões e vivemos um momento em que esse governo não tem limite e quer excluir da previdência todos os assalariados, todos os pobre, porque não será fácil trabalhar até os 75 anos de idade para quem começa a trabalhar aos 15 ou aos dez anos. Tudo isso é para obrigar os trabalhadores a buscarem a previdência privada”.
Ele falou também sobre a doutrina neoliberalista. “Essa ideologia e essa pragmática política, o neoliberalismo, tem como função a desregulamentação, visando a livre circulação dos capitais, a privatização de tudo que for possível de ser privatizado e a privatização do ensino superior”.
Sobre a precarização do trabalho, o professor Ricardo Antunes falou que o mundo financeiro tem uma clara percepção que a exploração do trabalho global é imprescindível. “Reconhecendo que o trabalho é imprescindível, o sistema financeiro, através de suas grandes corporações que dominam as corporações produtivas e todos os setores impõem um modus operandi do trabalho. Um trabalho que vai ser super explorado, desregulamentado, terceirizado, flexibilizado e arrebentado”.
Ele explicou que “o espaço de trabalho precarizado se expandiu da indústria para a agricultura e da agricultura para o serviço, para o setor privado e para o setor público, onde prevalece a alta rotatividade, a baixa qualificação e a pior remuneração. E quem comanda isso, quem turbina esse processo? O mundo financeiro”.
Sobre o governo Temer, o professor falou que ele tem quatro atributos vitais: deixar intocável o sistema financeiro; garantir o superávit alto para pagar os juros da dívida pública; privatizar tudo que falta ser privatizado; destruir a saúde e a educação de modo que busquemos a saúde e a educação privadas, e agora a previdência privada também. “Temos um governo destrutível. O governo Temer é uma marionete partícipe de uma contrarevolução preventiva. É um governo terceirizado contratado para dar o golpe”, enfatizou Ricardo Antunes que terminou o primeiro bloco da palestra bradando um #ForaTemer e dizendo que o atual presidente é “tíbio, é fraco, ilegítimo e golpista”.
A senadora Fátima Bezerra iniciou seu discurso saudando os docentes e técnico-administrativos do IFRN que estão na luta com a greve no Instituto e falou sobre o atual cenário político do país. Ela explicou que “o que está em curso é a retomada da agenda neoliberal de estado mínimo, retirada de direitos da maioria da população, com a PEC 55 e a reforma da Previdência, e a manutenção de privilégios para uma minoria”.
Como proposta para combater todos os ataques do governo, a sendora disse que só existe uma: a luta. “Só existe uma saída, que é a luta. E para isso, é preciso muita unidade, é preciso que nesse momento os movimentos sociais e os partidos de esquerda progressista entendam que o que está em jogo, sobretudo, é a democracia e a defesa dos direitos”.
Finalizado o debate e respondendo à perguntas dos presentes, Ricardo Antunes falou que é difícil fazer uma projeção para o país em 2018, mas precisamos saber que a vida é eivada de luta e resistência.
Do SINASEFE Seção Natal, participaram do evento os coordenadores gerais, Francisco Dias e Socorro Silva; a secretária geral, Monique Oliveira; a diretora de Formação Política, Aparecida Fernandes; O diretor de Aposentados, Eduardo Sinedino; a diretora de Comunicação, Alian Paiva; e o tesoureiro adjunto, Victor Marques. A mesa do encontro foi mediada pelo professor do IFRN, Dante Moura.
Confira a palestra na íntegra: