A intensa campanha contra a Reforma da Previdência promovida por entidades sindicais e movimentos sociais mobilizou a população e amedrontou o Congresso Nacional. Apesar das investidas do Governo Federal em sua propaganda, na troca de votos por liberação de emendas e nas ameaças de cortes nas verbas para a campanha eleitoral de 2018, o governo golpista não conseguiu a quantidade de votos necessários para a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287/16, que altera as regras da Previdência Social. Dessa forma, o Planalto foi obrigado a suspender a tramitação da reforma.
A última mobilização contra o projeto aconteceu nessa segunda-feira (19/02), Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência que reuniu milhares de pessoas nas ruas de Natal e de todo o país para protestar contra a proposta do fim da aposentadoria apresentada pelo governo ilegítimo de Michel Temer.
O Ato público contra a Reforma da Previdência teve início em frente ao INSS da rua Apodi e reuniu trabalhadores e trabalhadoras, membros de movimentos sociais, entidades sindicais, estudantes e partidos políticos em uma caminhada que seguiu pelas ruas da cidade até a Assembleia Legislativa do RN. Com faixas, cartazes, bandeiras e batuques, os participantes do protesto cantavam palavras de ordem contra a PEC 287 e contra o ilegítimo Michel Temer.
A atividade contou com a participação dos coordenadores gerais do SINASEFE Natal, Aparecida Fernandes, Joás Andrade e Socorro Silva; e de servidores de vários Campi do IFRN.
Reforma suspensa
A votação da Reforma da Previdência estava prevista para esta semana na Câmara dos Deputados, porém, com a intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro, o Congresso não pode votar nenhuma aprovação de emendas à Constituição, e como a reforma é uma Propostas de Emenda à Constituição (PEC), ela foi retirada da pauta de votação. A suspensão da tramitação de todas as PECs foi determinada nessa segunda-feira (19/02) pelo presidente do Congresso Nacional, Eunício Oliveira.
A intervenção no Rio tem previsão para durar até 31 de dezembro de 2018, porém, apesar da vitória parcial, o governo Temer não desistiu e pretende retomar o projeto em novembro, após as eleições.
A coordenadora do SINASEFE Natal, Socorro Silva, comemorou a suspensão da votação da reforma, porém ressaltou a importância de todos continuarem mobilizados e atentos às ações do governo em relação ao tema. “Não podemos nos iludir com essa suspensão e parar de lutar contra essa reforma, pois esse governo ilegítimo não é confiável e a qualquer momento pode apresentar meios que levem essa pauta à votação e acabe com a nossa aposentadoria. Sabemos que esta suspensão teve o DNA da luta do povo, porém ela representa uma grande ameaça à democracia e principalmente à população mais pobre desse país. Essa intervenção no Rio é apenas uma cortina de fumaça para justificar a falta de votos que o governo não conseguiu no Congresso”.