Apesar de todos os nossos esforços e do consenso gerado no combate ao fascista, das nossas mobilizações e ações, infelizmente, o pior cenário eleitoral se concretizou e Bolsonaro foi eleito.
O cumprimento de seu programa e os ataques já anunciados por seu aliado Temer coloca em risco de imediato nossos empregos, os Institutos Federais (IFs) e o que acumulamos como concepção de educação, portanto, nós, juntamente com os demais trabalhadores da educação federal, docentes e técnicos dos institutos e universidades, precisamos nos mobilizar.
A família Bolsonaro é uma das grandes propagadoras do Escola Sem Partido, cresceu com base em um Projeto de Lei que fere a autonomia docente. O governo Temer tem feito um verdadeiro desmonte à pesquisa com apoio de Bolsonaro, que se dispôs a manter a Emenda Constitucional nº 95/2016 (EC 95) e os ataques vividos nos últimos dias nos institutos e nas universidades, seja por parte da intervenção da polícia, do Judiciário ou de grupos truculentos de apoiadores de Bolsonaro. São uma mostra das dificuldades que iremos enfrentar. Seu projeto autoritário e privatista vai ao encontro do que o Ministério da Educação (MEC) já havia anunciado recentemente: desmonte da Rede Federal e dos cursos integrados.
Entretanto, apesar das dificuldades e do contexto que se anunciam, resistiremos. As escolas da Rede Federal e sua qualidade de ensino já têm notoriedade na sociedade brasileira. A produção acadêmica sobreviveu à censura, à ditadura e ao neoliberalismo. Tudo isso graças aos esforços e à militância contínua dos trabalhadores da educação, dos muitos dos nossos que pagaram com a vida.
Certamente, somos mais uma vez um alvo prioritário dos ataques e, portanto, temos a incumbência de nos juntarmos aos primeiros a organizar a resistência. Por isso, o movimento de dialogo com os trabalhadores, sejam os estudantes (trabalhadores em formação), ou seus pais, a comunidade acadêmica que nos cerca, tem que se intensificar, bem como a nossa militância. Não é momento de andar só, é momento de reagrupar e reorganizar nossas trincheiras. Por isso, chamamos toda a categoria a participar e fortalecer as instâncias do sindicato e as ações e mobilizações que precisaremos realizar enquanto classe trabalhadora.
Estaremos na linha de frente em defesa da previdência, das liberdades democráticas, dos serviços públicos e da Rede Federal de Educação. Não permitiremos nenhum desmonte, nenhum retrocesso. Orientamos nossas seções sindicais a realizarem assembleias nas bases e se somarem à resistência organizada em todos os comitês, espaços de unidade de ação e atos que venham a se construir no país. É imperiosa a construção de uma Frente Ampla em defesa da democracia junto com as demais entidades sindicais da educação e do funcionalismo público.
Por fim, o SINASEFE convoca todas as suas seções sindicais a se somarem à próxima Plenária Nacional, que ocorrerá nos dias 9, 10 e 11 de novembro, em Brasília-DF. Nela debateremos juntos os rumos de nossa Rede Federal.
É preciso lutar, é possível resistir. A luta em defesa da educação democrática em contexto antidemocrático será nossa tarefa no próximo período.
O SINASEFE segue na luta!
Brasília-DF, 29 de outubro de 2018
Direção Nacional do SINASEFE
“Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado pra nós
Que somos jovens…”
Belchior
“Mas, é preciso ter força
É preciso ter raça
É preciso ter gana, sempre!”
Milton Nascimento
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Com informações do SINASEFE Nacional