JORNADA DE FORMAÇÃO: fim da Aposentadoria e da Seguridade Social são debatidos nos Campi de Currais Novos e Santa Cruz

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Mobilizado contra a reforma da Previdência Social, o SINASEFE Seção Natal realizou na última terça-feira  (02/04) mais dois eventos da Jornada de Formação do sindicato. A palestra “Reforma da Previdência: o fim da Aposentadoria e da Seguridade Social para os trabalhadores” foi realizada durante a manhã com os servidores do IFRN Campus Currais Novos e no período da tarde com os servidores do IFRN Campus Santa Cruz.

O encontro teve como objetivo apresentar aos trabalhadores da educação os impactos da proposta de reformar a Previdência Social para os servidores públicos e para a sociedade em geral, além de esclarecer as informações deturpadas que estão sendo divulgadas pelo Governo Federal através de campanhas publicitárias.

As palestras foram ministradas pela professora da UFRN Luana Myrrha, pelo pedagogo Víctor Varela, também da UFRN, e contou com as contribuições da coordenadora geral do SINASEFE Natal, Socorro Silva.

Socorro Silva explicou aos servidores que a Jornada de Formação é uma ação da Seção para aproximar as discussões que estão em pauta atualmente no país e que influenciam diretamente a vida laboral dos servidores. “Nossa tarefa agora é formar e mobilizar sobre esse projeto, que caso aprovado atingirá todos os trabalhadores”, comentou a educadora.

O pedagogo Víctor comentou sobre o surgimento da Previdência e lembrou que essa é uma conquista dos trabalhadores e não uma benesse concedida pelo Estado e que é preciso transformar em luta a nossa indignação contra o projeto.

De acordo com Víctor, os supostos privilégios dos servidores públicos não existem, assim como o déficit do setor também é uma falácia, comprovada inclusive por uma um Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, realizada em 2017. “Somente em 2016, de acordo com dados da ANFIP, o governo permitiu em renúncias fiscais um montante de R$ 271 bilhões que deveriam compor a arrecadação da Previdência Social. Além disso, os grandes devedores da Previdência, que são em sua maioria grandes empresas e bancos, seguem sem ser cobrados pelo governo. Estima-se que essa dívida esteja hoje em torno de 450 bilhões de reais”, comentou o pedagogo.

Para Luana, a reforma implicará no aumento da contribuição, do tempo de trabalho e a redução do valor dos benefícios. “A reforma do governo Bolsonaro é infinitamente pior que a apresentada pelo governo Temer e atingirá a todos, os jovens que ainda não estão no mercado, os trabalhadores da ativa e os aposentados”, explicou a professora.

A professora lembrou, ainda, que o governo não deveria apostar o futuro da Previdência em um projeto que tem como base experiências negativas implantadas em outros países, como foi o caso do Chile.

Para a palestrante, esquecer a heterogeneidade da nossa população, como faz a proposta de Bolsonaro, irá acirrar as desigualdades sociais no Brasil. “Além de mudar os parâmetros para a aposentadoria, o governo impõe um sistema de Capitalização e Contribuição Definida que mudará também a forma como o país organiza o sistema previdenciário. Em nenhum outro momento do país vivenciamos uma proposta tão abrangente”, enfatizou a palestrante.

As palestras da Jornada de Formação sobre a reforma da Previdência já foram realizadas no IFRN Campus Natal-Central, que aconteceram em dois turnos. No dia 16 de abril o debate está previsto para acontecer no IFRN Campus Macau.

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