A Diretoria do SINASEFE Seção Natal se reuniu no último sábado (08/02) para realizar a primeira Assembleia Geral de 2025. O encontro aconteceu de forma híbrida, debateu análise de conjuntura, representação do sindicato no Consup e nas comissões do IFRN, avaliação dos serviços da seção e elegeu delegados para a 200ª PLENA do SINASEFE.
A Assembleia iniciou com os informes, com a coordenadora geral Fabiana Marcelino falando sobre as visitas aos Campi do IFRN, realizadas nos dias 29/01 (Lajes e Ipanguaçu), 30/01 (Macau) e 05/02 (Currais Novos e Jucurutu). Ela destacou que “as visitas são muito importantes e é uma demanda dos campi do interior para estarmos dialogando presencialmente com a base”.
Nas visitas foram discutidas questões dos encaminhamentos do pós greve 2024; a participação dos servidores nas atividades do sindicato para ter maior legitimidade na representação; a filiação para fortalecer a luta; sobre o novo Regimento Interno do sindicato, focado na discussão sobre a interiorização da seção e as representações nos campi para ampliar a comunicação.
Fabiana avaliou que essa atividade contou com uma boa participação dos servidores e destacou que a visita ao Campus Jucurutu lhe chamou bastante atenção, pois apesar de ser uma unidade nova, com apenas dois anos da inauguração, os servidores estão frustrados com a falta de mais trabalhadores, com TAEs exercendo mais de uma função e docentes lecionando várias disciplinas para ofertar os serviços para a comunidade.
A coordenadora disse que em conversa com Lorena Faustino, diretora da Diretoria de Gestão de Pessoas do IFRN (DIGPE), foi informada que não há previsão de concurso para o primeiro semestre, mas que a PROEN está em diálogo com a direção do Campus Jucurutu com o intuito de encontrar soluções para que os servidores possam ter condições de trabalho adequado e os alunos tenham o ensino de qualidade que o sindicato e o Instituto defendem. Fabiana concluiu sua fala reafirmando o apoio aos servidores do campus e ressaltou que o sindicato vai ficar em contato com o grupo de servidores da unidade acompanhando esse cenário.
O coordenador geral Diego Cirne falou sobre a busca do sindicato para estabelecer parcerias com os planos de saúde para ofertar o serviço para os sindicalizados. Ele falou sobre a pesquisa que o sindicato realizou para traçar o perfil dos servidores que pretendem fazer o plano de saúde através do sindicato, que foi encaminhada para as corretoras dos planos para que seja pensado uma tabela atrativa para os sindicalizados.
Ele também lembrou das últimas parcerias realizadas: com o Sesc-RN, que oferece serviços nos setores de educação, saúde, assistência, alimentação, turismo, cultura, lazer e bem-estar; e com o Hotel Villa Park Natal, que oferece preços especiais para nossos sindicalizados.
O servidor Francisco Dias deu o informe sobre a reunião para resolver questões dos servidores aposentados que migraram para o INSS, que será realizada nos próximos dias. Ele lembrou que é importante ficar atento a esse assunto para que a categoria possa reverter essa situação.
O tesoureiro Diógenes Araújo passou alguns informes sobre as atividades do sindicato, como a criação do novo CNPJ que está em um momento de avaliação jurídica. Ele também informou sobre a portaria do ponto docente, que ainda está na Casa Civil para assinatura, e lembrou que os GTs que estão discutindo o acordo de greve estão acontecendo conforme as reuniões e o planejamento das comissões que foram criadas.
Sobre o ponto de pauta da análise de conjuntura, a coordenadora Fabiana Marcelino informou que a Direção Nacional tem reforçado junto ao governo alguns pontos acordados ao fim da greve, com cobranças das 30h, racionalização, RSC para TAEs e dispensa de controle de ponto docente. A DN também atualizou a pauta das negociações das Mesas Setoriais de Negociação Permanente.
Em relação ao ponto docente ela destacou que os servidores precisam ficar atentos e citou parte do texto do ofício enviado ao ministro da Casa Civil, solicitando o cumprimento do acordo: “Diante da ausência de medidas concretas até o momento, requeremos uma resposta oficial com um prazo para a publicação da alteração do decreto . Caso o descumprimento persista, a categoria avaliará as medidas cabíveis para garantir que os direitos acordados sejam respeitados, incluindo a possibilidade de mobilizações, denúncias aos órgãos competentes e outras ações de segurança para garantir a efetivação do compromisso reforçado. Aguardamos um retorno imediato, com a apresentação de um cronograma claro para a implementação do acordo. Reiteramos a necessidade de celeridade no atendimento desta pauta”.
“É importante lembrar que nosso papel acima de tudo é de mobilização. Vale destacar que alguns institutos já não tem mais o ponto, mas a orientação da gestão do IFRN é que a queda do ponto só virá com a formalização via governo federal”, destacou Fabiana.
Francisco Dias falou sobre a política de um modo geral, as disputas entre as potências mundiais e as implicações para a vida dos brasileiros. Ele lembrou que o movimento sindical sempre foi vanguarda nesse processo de disputa, de luta, que garantiram muitos direitos que temos hoje, e às vezes esses momentos implicam em retiradas de direitos. Dias falou que “é importante, enquanto movimento sindical, entendermos nosso papel, que não é apenas a luta por salário e condições de trabalho, mas não é só isso. Precisamos estar mais organizados, acompanhar esses processos e fortalecer as nossas entidades”.
Francisco Dias também falou que falta vontade política para resolver alguns problemas, como essa questão do ponto docente, e sugeriu que a categoria realize mobilizações para cobrar o governo o cumprimento do compromisso firmado.
A servidora Emanuelly Bezerra falou sobre um tema mais interno do Instituto e que diz respeito ao caráter da instituição, que é a questão de assegurar a obrigatoriedade da Sociologia em todos os anos, a carga horária do docente de Sociologia, não perder a Sociologia do Trabalho. “Para além dessas questões do cumprimento do acordo de greve, que são fundamentais, que também haja esse olhar para preservar o que a gente consegue manter com muita batalha, inclusive interna, que é a nossa concepção de currículo”, pontuou a educadora.
Diego Cirne concordou com Dias e disse que o contexto internacional acaba reverberando em todos nós e a ultradireita, ultraliberal voltando ao poder com o Trump vai trazer muito sofrimento. Sobre o descumprimento dos acordos de greve, Diego destacou que “o desafio para a nossa militância é que precisamos manter a mobilização constante até efetivar o acordo e até que possamos estruturar as próximas lutas, outras esferas do debate político”.
Em relação ao ponto de pauta da avaliação sobre os serviços do SINASEFE Natal, Diego Cirne explicou que a direção do sindicato decidiu fazer uma autocrítica para saber o que a base percebe sobre os serviços da seção e para melhorar o atendimento. Ele informou que um link (https://forms.gle/
A Assembleia também escolheu os delegados para a 200ª PLENA do SINASEFE, que será realizada de 14 a 16 de fevereiro em Brasília-DF. Fabiana Marcelino destacou que essa plenária será muito importante, pois já chegamos a quase 230 dias pós greve sem resultados em pontos relevantes para a categoria.
Foram eleitos como delegados para a 200ª PLENA os servidores Diego Cirne, representante da Diretoria, e Fabiana Marcelino representante da base. Francisco Dias e Cledson Ferreira foram escolhidos como observadores.
Na pauta sobre a participação do SINASEFE Natal nas comissões institucionais do IFRN, Fabiana Marcelino explicou que a diretoria tem problematizado essa questão, discutindo qual o papel do sindicato junto ao Instituto. Ela enfatizou que “uma coisa é estarmos atentos em pontuar questões que ferem os direitos trabalhistas nas decisões institucionais, outra coisa é estar presente legitimando um processo institucional, independente do tamanho da nossa participação. Caberia, em algumas situações que envolvem direitos trabalhistas, o sindicato acompanhar e questionar caso o processo esteja errado”.
Diógenes Araújo complementou o debate dizendo que “nem sempre estamos de acordo com algumas decisões da instituição, então a participação nas comissões é uma forma de fiscalizar e denunciar irregularidades”.
O servidor Pedro Baesse falou que “é importante estarmos participando dessas comissões pois estaremos fiscalizando e contribuindo para que as coisas sejam diferentes”. Aproveitando o ensejo, ele também destacou que é um absurdo o sindicato não ter um assento no Consup.
Diego Cirne explicou que “o receio da diretoria é que a partir do momento que o SINASEFE Natal participa de uma comissão, mesmo tendo sido voto vencido na discussão, o nome do sindicato fica atrelado àquela situação, que pode ter sido conduzida de forma equivocada. Mas se o entendimento da base for de que é importante estamos nas comissões, mesmo que possa ser voto vencido em qualquer circunstância, nós vamos participar”.
Sobre esse ponto, ficou encaminhado amadurecer a discussão sobre as comissões e avaliar caso a caso, ver as comissões que fazem sentido e que não tragam tantas implicações para o sindicato, consultar a assessoria jurídica do SINASEFE Natal sobre a questão e levar a discussão para outra Assembleia.
Em relação à pauta da representação do SINASEFE Natal no Conselho Superior do IFRN (Consup), Fabiana falou sobre os assentos no Conselho, destacando que três deles são da sociedade civil, sendo indicados pelo reitor, e um deles é destinado a um representante dos trabalhadores, vaga que está ocupada há mais 10 anos pela Federação dos Trabalhadores na Indústria (FTI).
Ela falou que “é bastante significativo a gente pensar por que não temos como representante dos trabalhadores o SINASEFE. Queríamos trazer essa informação para vocês para a gente conversar e fazer uma solicitação nesse sentido, mas com a validação da base”.
Diego Cirne lembrou que a algum tempo o sindicato abriu um processo solicitando uma cadeira fixa para a seção no Consup e foi negada. Ele disse que acha contraditório o sindicato ser chamado pela Reitoria para participar de quase todas as comissões, mas não é convidado para o Consup.
O servidor Cláudio Martins sugeriu que o sindicato faça uma formação política para que os servidores entendam como funciona as instâncias do IFRN e as utilizem em seu favor. Ele também questionou que se o Consup é uma instituição política, o sindicato também é um local político, então por que não essa participação?
Fabiana informou que o sindicato está fazendo uma consulta (https://forms.gle/
Como encaminhamentos desse ponto de pauta, ficou definido fazer junto à comunidade acadêmica do IFRN um trabalho de formação de base; ampliar a pesquisa/consulta on-line como forma de reforçar essa reivindicação; e fazer a reivindicação do assento destinado aos trabalhadores.
O servidor Pedro Baesse também sugeriu como encaminhamento da Assembleia a realização de encontros culturais mensais na Casa Sede do SINASEFE Natal e curso de formação política para novos servidores do IFRN.
Veja a Assembleia na íntegra em nosso canal no Youtube:
Confira o registro do encontro:
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