Confira o balanço da Assembleia dessa sexta-feira (14/08)

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O SINASEFE Seção Natal realizou nessa sexta-feira (14/08), uma Assembleia Geral Unificada para, dentre outros pontos, discutir e votar o indicativo de greve no IFRN. Após a apresentação de propostas, os servidores votaram por “paralisações semanais, começando em 18 e 19 de agosto, com análise de conjuntura semanal”.

O encontro aconteceu no formato remoto e presencial, inaugurando uma nova metodologia de realização de assembleia, garantindo a participação política dos servidores nos dois modelos. A experiência faz parte das tentativas do sindicato de reinventar as ferramentas de diálogo com os servidores e encurtar as distâncias nesse período de pandemia. Apesar dos problemas enfrentados, estamos conseguindo realizar as necessárias interlocuções e continuamos em construção, no intuito de nos aperfeiçoar a cada encontro realizado. Para tanto, será imprescindível o apoio de todos e todas,  seja em assembleia ou reunião ampliada.

A Assembleia foi iniciada com a apresentação da pauta e os informes pela coordenadora geral do SINASEFE Natal, Nadja Costa, que também explicou sobre o ponto de pauta da escolha de delegados e delegadas para a 164ª Plena do SINASEFE Nacional, que acontece no próximo dia 22 de agosto, e ficou definido que os servidores que se interessem em participar, devem entrar em contato com o sindicato para fazer a inscrição no evento.

A coordenadora geral do SINASEFE Natal, Professora Emanuelly Bezerra, informou que o sindicato cumpriu todas as medidas de segurança para a realização da assembleia presencial, com verificação de temperatura, disponibilização de máscaras e álcool em gel e distanciamento das cadeiras no local.

Ainda nos informes, a Professora Emanuelly falou do anúncio do Ministério da Educação (MEC) sobre o corte de R$ 1,4 bilhões nos investimentos das Universidades e dos Institutos Federais para 2021, sendo que R$ 434,3 milhões desse valor vai atingir os IFs. Ela lembrou que o corte chega num momento fundamental em que a educação precisa se reinventar e pensar medidas de segurança pós pandemia. Para Emanuelly Bezerra, “o corte representa o projeto que esse governo tem para a educação, cujo o interventor do IFRN está alinhado com ele, que é de precarizar, sucatear e, consequentemente, privatizar a educação federal”.

A estudante e presidente do Grêmio Djalma Maranhão, Adriane Moreira, relembrou os acontecimentos das agressões sofridas pelos alunos do IFRN no Dia do Estudante e reforçou que não existe diálogo da parte da gestão interventora com os alunos do IFRN, diferentemente do que tem dito o interventor Josué Moreira. Ela falou que “as mobilizações dos estudantes vão se intensificar, porque os ataques da intervenção também vão aumentar e não vamos ficar para trás”.

O aluno e coordenador do Diretório Acadêmico do Campus Natal-Central, Gildo Santos, falou que o momento é importante para traçar estratégias de enfrentamento combativo à atual conjuntura local do IFRN. Ele também falou sobre a falta de diálogo do interventor, que em entrevista recente mentiu dizendo que não foi procurado pelos alunos. Ele foi desmentido ao vivo com a apresentação de um ofício que foi enviado para ele em maio pelos estudantes, solicitando a reunião.

No ponto de pauta sobre a análise de conjuntura local do IFRN, a coordenadora Emanuelly Bezerra falou que “é lamentável que em meio a uma pandemia temos que se expor para discutir os absurdos que estamos enfrentando na instituição por parte da gestão interventora”.

A coordenadora falou sobre os desafios que se apresentam para a educação, quando é preciso se reinventar com a pandemia, e sobre a necessidade das atividades remotas, que escancararam um dado que mostra o quanto a escola está excluída e atrasada digitalmente. “Temos esse desafio de pensar o que vamos fazer nessa situação de pandemia, para não deixar nenhum aluno para trás e reduzir os danos”.

Segundo Emanuelly Bezerra, “temos um interventor que está há quatro meses na gestão e além de não reunir as capacidades técnicas para ocupar o cargo, é leviano, desrespeitoso com estudantes, servidores e com a história da instituição, quando vai na mídia dizer que os servidores não querem as aulas remotas, quando na verdade todas as propostas que foram construídas até agora para pensar o ensino remoto menos danoso para os estudantes, principalmente os que estão em vulnerabilidade social, foram feitas pelos servidores e apropriadas por ele, que deveria ter feito e apresentado o planejamento de todo o processo”.

“Ele, que assumiu indevidamente o cargo que ocupa, é quem está numa imobilidade e inação, sequer conhece os trâmites burocráticos da instituição e não apresentou nenhuma proposta de ação, se apropriou das propostas construídas pelos servidores e não tem a dignidade de fazer essa referência”, destacou a Professora Emanuelly.

Sobre as acusações do interventor de que o sindicato manipula o movimento estudantil, Emanuelly Bezerra disse que “nós preparamos os nossos estudantes para a vida pública, nós não preparamos para o mercado de trabalho, quem prepara para o mercado de trabalho é SENAI, o SENAC. Acho que ele está na instituição errada. Aqui nós preparamos nossos estudantes para o mundo do trabalho, que é um conceito muito mais amplo, mas sobretudo, para a vida pública e nossos estudantes não são autômatos, não são robozinhos encaminhados por sindicatos ou partidos políticos”.

A professora Emanuelly também destacou a inabilidade do interventor que não conseguiu dialogar com os alunos que foram para a Reitoria no Dia do Estudante realizar uma manifestação pacífica e chamou a polícia para agredi-los, acusando-os de vandalismo.

A coordenadora encerrou sua fala dizendo que nós estamos espalhados no estado inteiro, nós somos intelectuais orgânicos nas salas de aula e, diferente de você, nós somos respeitados pelos estudantes e vamos fazer reunião com pais e mestres e explicar o que está acontecendo dentro dessa instituição”.

A coordenadora Nadja Costa também falou sobre “a tentativa de criminalização que o interventor está fazendo com o sindicato, com ameaças e difamação. Como servidor, Josué Moreira desconhece a estrutura política do sindicato e dos movimentos sociais e dos estudantes”.

O estudante e presidente da FENET/RN, Marcos Alexandre, lembrou que a unidade entre estudantes e servidores é fundamental para ajudar a derrotar as ameaças do interventor e a intervenção, que cumpre uma agenda do governo federal de destruição do Instituto Federal.

Em sua fala, Dante Moura, professor do Campus Natal-Central, lembrou que “o IFRN está parado desde 20 de abril em virtude da intervenção, e os interventores não fazem nada e colocam dificuldade nas instâncias institucionais que querem fazer alguma coisa e vem reiteradamente bloqueando as ações institucionais, desrespeitando os órgãos colegiados”.

Ele também reforçou que os trabalhadores do IFRN querem retomar suas atividades, mas de forma planejada e sem nenhum estudante a menos e disse que são os interventores não querem a retomadas das aulas, não estão preocupados com os estudantes e querem enganar a sociedade.

“Cabe a nós, trabalhadores e estudantes do IFRN, disputar com a sociedade essa compreensão. É urgente buscar um canal de diálogo com a sociedade para deixar claro para ela as mentiras dos interventores e a verdade que nós temos: a defesa de uma instituição centenária que historicamente sempre foi respeitada pela sociedade e agora está sendo vilipendiada por essa quadrilha”, destacou o professor Dante.

O professor da UFERSA, Daniel Valença, também participou da assembleia, prestou solidariedade aos estudantes e servidores do IFRN que estão resistindo à intervenção e reforçou a ilegalidade da situação no Instituto.

Professor Marcel Matias, do Campus Cidade Alta, participou online da assembleia e falou que a proposição de uma greve geral seria importante para equilibrar as forças, é uma forma de reagir à altura como servidores e como cidadãos e mostrar que a comunidade acadêmica do IFRN são maiores que a intervenção.

A Professora Aparecida Fernandes, do Campus Parnamirim, falou sobre o início às aulas no formato remoto e questionou: “Eu gostaria que os interventores respondessem quem são os estudantes que não tem como acompanhar as aulas remotamente, quem são os estudantes que vão receber auxílio, quem são?”.

Aparecida Fernandes destacou que “eles não sabem, porque em mais de 100 dias de intervenção eles estão preocupados com o ritual do próprio cargo, com o status, em dar satisfação para blogueiro e nada de pensar a Instituição. Foi muito bem pontuado aqui, eles estão aqui para destruir o IFRN”

Para ela é preciso radicalizar o movimento e falar para a sociedade que os servidores querem voltar a dar aulas, sim. No entanto, existe um descaso por parte da gestão interventora e a instituição está à deriva, sem planejamento.

“Que a gente retorne, mas que nenhum aluno fique de fora, não importa se é um aluno ou se são dez, nenhum pode ficar de fora. Se for para retomar nessas condições, é greve já!”, finalizou a Professora Aparecida Fernandes.

A servidora da Reitoria, Cynthia Mota, apresentou um relato sobre os acessos ao prédio da Reitoria. A gestão interventora está impedindo a entrada de servidores e estudantes no prédio e definiu que só pode entrar o servidor que está lotado na Reitoria.

Para o estudante e presidente da UESP, Matheus Araújo, o único caminho é construir uma greve geral que pare o IFRN, pois ele não pode ser comandado pelos fascistas da equipe interventora.

O servidor Jayr Alencar, do Campus Cidade Alta, também defendeu a criação de uma pauta de greve contra a intervenção e os desmandos da atual gestão. Ele lembrou que “o problema não é só esse sujeito, não é só o colega dele 3%, mas todos os projetos que eles vão implantar no IFRN e que não prezam por manter a qualidade do ensino ou pelo acesso de todos”

O Professor Hugo Manso, do Campus Natal-Central, disse que o enfrentamento maior contra a intervenção é o correto e que é preciso organizar como fazer esse enfrentamento contra a truculência, a incapacidade e os objetivos escusos da intervenção, que estão absurdamente claros para todos.

O servidor Shilton Roque, do Campus Cidade Alta, também defendeu a greve geral e disse que é o momento de falar mais alto e da ofensiva, que diante da escalada autoritária da intervenção é preciso reagir à altura. “Não vamos nos amedrontar, vamos reagir, vamos para a ofensiva e vamos derrubar esse interventor, porque enquanto ele estiver ali, não vamos conseguir avançar com nenhuma das propostas”.

Para o Professor Sandoval Villaverde, do Campus Cidade Alta, também defende a greve geral. “Vamos construir uma greve forte e transformar nossas lágrimas e dores em indignação e transformar essa indignação em luta, e essa luta seja greve já!”.

Após esse extenso e proveitoso debate, foi iniciada a discussão sobre o indicativo de greve no IFRN, tema que já vem sendo discutido pela categoria nos últimos encontros, e que inclusive o Estado de Greve foi aprovado na Assembleia Geral do último dia 30 de junho. A plenária apresentou três propostas para votação: paralisações semanais começando em 18 e 19 de agosto, com análise de conjuntura semanal; deflagração da greve geral imediata; e abstenções.

A votação foi feita através de ferramenta online, com participação de 108 votantes. Destes, 48 (44,4%) decidiram pela adesão a paralisações semanais, começando em 18 e 19 de agosto, com análise de conjuntura semanal. Já 33 (30,6%) servidores votaram pela deflagração imediata da greve e 27 (25%) se abstiveram.

A Diretoria do SINASEFE Natal definiu a realização de uma Assembleia Geral na próxima sexta-feira (21/08), quando será feita a avaliação das paralisações de 18 e 19 de agosto e a construção da agenda desse movimento paredista.

Participe das nossas mobilizações e vamos construir juntos a resistência contra a intervenção no IFRN.

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