Movimento Sem Terra ocupa Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi

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Na noite do dia 25 de julho, dia do agricultor e da agricultora, em Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, com o lema “Corruptos, devolvam nossas terras”, o MST ocupou o Projeto do Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi, articulado pelo ex-deputado federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB), que se encontra atualmente preso por corrupção.

O Perímetro Irrigado é conhecido como “Projeto da Morte”, e está localizado na Chapada do Apodi do Rio Grande do Norte, palco de conflito e resistência camponesa contra o processo de instalação do agronegócio na região desde 2012.

Esse projeto é resultado de uma articulação, do ex-Ministro, Henrique Alves (PMDB), junto à bancada ruralista, e as multinacionais do agronegócio, braços do golpe jurídico-midiático-parlamentar-empresarial de 2016, que levou o Presidente Michel Temer (PMDB) a presidência da república do Brasil, e a imposição de uma agenda de retrocessos a classe trabalhadora brasileira e a reforma agrária.

O MST estar junto ao processo de resistência em unidade com o conjunto das organizações da região, desde 2012, e nessa jornada retoma ocupando o coração da obra, com o objetivo de pressionar e exigir, que as áreas desapropriadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DENOCS), para construção do Perímetro Irrigado e para destinar as empresas do agronegócio.

“Exigimos que as terras desapropriadas sejam destinadas para a construção de um grande Projeto de Reforma Agrária Popular, que democratize a terra e água, avance na construção de um modelo de agricultura camponesa e familiar, que produza alimentos saudáveis para o campo e a cidade”, afirma a Direção Estadual do MST do Rio Grande do Norte.

A Chapada do Apodi é referência nacional na construção da transição agroecológica, com a produção e cooperação das famílias agricultoras assentadas, nos quase trinta assentamentos da reforma agrária e das comunidades rurais, tendo um dos maiores índices de desenvolvimento humano do estado do Rio Grande do Norte.

A construção dessa obra tem impactado diretamente a região, reconcentrando de forma autoritária e ilegal as comunidades rurais e as áreas de assentamentos, sem indenização justa, expulsando as famílias do campo para viverem nas periferias das cidades, em detrimento da instalação das empresas do agronegócio.

Perímetro Irrigado

Os projetos de Perímetros Irrigados fazem parte dos “grandes projetos”, que foram elaborados pela Ditadura Militar em aliança com os fazendeiros e as empresas do agronegócio, que desde os anos 70, sob os mitos do “desenvolvimento” e do “combate à seca” se instalaram no nordeste brasileiro.

A retomada desses projetos nos últimos anos tem sido conduzida com os mesmos métodos da ditadura militar, e faz parte da opção política e aposta do Estado brasileira em criar toda infraestrutura para o desenvolvimento do agronegócio, como estratégia de desenvolvimento e modelo de agricultura brasileira.

De acordo com os vários estudos de impacto ambiental, o Perímetro Irrigado Santa Cruz de Apodi, não tem nenhuma viabilidade técnica – pois a água existente só viabilizaria o projeto por cinco anos; social – haja vista expropriar as famílias que já vivem na região, representando o que se têm chamado de “reforma agrária ao contrário”; não tem viabilidade ambiental – por viabilizar um modelo de agricultura baseado, necessariamente, no uso intensivo de agrotóxico; bem como econômica – desarticulando as cadeias produtivas da agricultura, responsável pelo desenvolvimento social da região.

Informações do Setor de Comunicação do MST/RN

Foto: Reprodução / Facebook

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