Dando continuidade ao cronograma de visitas aos campi do IFRN, a coordenadora geral do SINASEFE Natal Fabiana Marcelino e a diretora de Formação Política Fátima Oliveira estiveram na tarde de ontem (05/02) no Campus Jucurutu.
Logo no início da reunião, as dirigentes do sindicato falaram sobre o funcionamento da entidade, o atendimento jurídico e o Clube de Descontos da Seção.
A professora Fátima Oliveira chamou a atenção para necessidade da categoria vir para a luta e fazer frente à correlação de forças que move o governo. De acordo com a educadora, mesmo em um governo com um presidente progressista é necessário que os/as trabalhadores/as estejam presentes exigindo seus direitos e demonstrando quais são suas necessidades, pois em nenhum momento histórico direitos foram conquistados sem luta.
“Parece que nós criamos grandes expectativas ao elegermos um governo progressista, mas esquecemos que o governo não é feito por uma só pessoa, existe um congresso, um judiciário que são muitas vezes reacionários e que não estão alinhados com os nossos interesses e por isso, a nível nacional, temos que mostrar nossa cara e nossa força para fazer frente a essa correlação de forças. Nós mostramos nossa força durante a greve, mas mesmo o aumento salarial que conseguimos está até agora dependendo da aprovação do orçamento no Congresso”, explicou Fátima Oliveira.
A servidora Rosemary Alves apontou que os servidores tem muitas vezes se sentido esquecidos pela gestão do Instituto e que mesmo tendo passado por outras instituições públicas nunca tinha presenciado tanto descaso com o bem-estar dos servidores como no IFRN. Um dos questionamentos de Rosemary é o banco de horas para o TAE, segundo a trabalhadora quem trabalha no interior, em razão dos transportes acaba sempre chegando mais cedo e acumulando horas, mesmo assim quando precisa sair mais cedo o ponto registra somente o saldo devedor. “Mesmo quando saímos 10 minutos antes, muitas vezes para aproveitar uma carona por exemplo, isso é registrado como horas a serem pagas, o mesmo não acontece todos os dias quando chegamos mais cedo”, comentou
Rosemary chamou atenção também para o baixo número de servidores no Campus Jucurutu. De acordo com a trabalhadora, atualmente a unidade conta com quatro TAEs. “Nos próximos meses vamos receber mais duas turmas e não sabemos como será essa recepção diante do quadro de servidores que temos no campus”, desabafou.
O professor Raphael de Souza também chamou a atenção para o número reduzido de servidores no campus. Para Raphael a situação é insustentável e ameaça inclusive o funcionamento da unidade já nos próximos seis meses. Como exemplo, o educador citou o Curso de Técnico Integrado em Informática que conta apenas com um professor de Informática para duas turmas. Raphael também mencionou que o campus não conta com professores de história e geografia, e que ele é atualmente o único professor da área de humanas em Jucurutu. Raphael ressaltou que embora o campus parece à primeira vista muito bem, isso refere-se apenas à estrutura física. “Já não temos servidores suficientes atualmente e vemos toda uma movimentação para construção de mais três unidades, mas precisamos lembrar que não é possível que um campus funcione sem pessoas, qual o plano da Reitoria para resolver esse problema? Quando teremos novos concursos?”, questiona.
O servidor Ítalo Berg também reclamou do baixo número de servidores e da falta de sensibilidade da gestão com os campi do interior. Segundo o professor, quem trabalha no interior sofre com a dificuldade de transporte, com a deficiência de serviços de saúde das cidades menores e até mesmo com dificuldade de alimentação, já que alguns campi contam com cantinas de qualidade bastante deficitárias.
Para Ítalo, a interiorização das IFs precisa considerar também as condições de trabalho de quem se dispõe a ir trabalhar nessas localidades. Como sugestão, o professor apontou a iniciativa do governo federal que dará apoio financeiro para incentivar o ingresso de docentes nas redes públicas de ensino da educação básica e aumentar a atuação em regiões com carência docente. O participante receberá uma bolsa mensal no valor de R$ 2.100, além do salário, para alocação em regiões afastadas. Ítalo questionou se não seria possível algo nesse sentido para os professores e TAEs que atuam no interior.
Após as falas dos servidores, as dirigentes se solidarizaram com os trabalhadores de Jucurutu na luta pela manutenção do campus e disseram que o sindicato pode se unir aos servidores para exigir da Reitoria do IFRN melhores condições de trabalho na unidade.
Este ano, o sindicato já esteve nos Campi Currais Novos, Lages, Ipanguaçu e Macau. Também já está programada visita aos Campi Nova Cruz e Canguaretama, em 19 de fevereiro. O projeto “SINASEFE Natal na Estrada”, tem como finalidade manter uma rotina de visitas nos campi do IFRN e aproximar o sindicato da categoria.
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